CARRETA QUARTO EIXO: ENTENDA MAIS SOBRE O ASSUNTO

A conformidade é um critério muito importante para garantir a sustentabilidade de uma transportadora no mercado. Sem atender às legislações vigentes, é impossível operar uma frota de maneira eficiente e saudável, pois o negócio sempre estará sob o risco de ser prejudicado. Por isso, hoje falaremos sobre um tema que levanta muitas questões, a carreta quarto eixo. 

Afinal, a legislação brasileira permite rodar com esse tipo de veículo em nossas estradas? Da forma como percebemos, essa é uma dúvida comum entre muitos gestores de frotas, que reconhecem o potencial desses veículos, mas estão inseguros em relação à legalidade desses modelos. Mas aqui, você descobrirá tudo o que precisa saber sobre o tema — acompanhe! 

O que é e como funciona uma carreta quarto eixo?

O primeiro passo é realmente entender o que são esses veículos. Como sugere o nome, a carreta quarto eixo, também conhecida como carreta de quatro eixos, é o tipo adequado para transportar cargas muito pesadas e volumosas, um tipo de frete realmente desafiador. Basicamente, é um implemento de carroceria e eixos acoplados ao caminhão. 

Cada um dos quatro eixos conta com dois pneus. Esse é um detalhe importante, pois essa configuração de rodagem eleva a capacidade de deslocamento de carga do veículo, além de garantir uma distribuição mais harmônica do peso transportado. Tanto no Brasil quanto no restante do mundo, essa configuração é utilizada para transportes de alto volume e peso. 

Aqui, entram cargas como maquinários, materiais de construção, insumos agrícolas, e todo tipo de mercadoria que seja pesada, densa e volumosa. Por conta do maior número de eixos, essas carretas permitem um transporte mais eficiente, evitando a fragmentação da carga em um maior número de veículos — o que resulta em uma operação mais eficiente, rápida e lucrativa. 

Outro detalhe importante é que essas carretas são encontradas no mercado em um grande número de tamanhos, especificações e modelos diferentes. Esse leque amplo de características garante que você encontrará o implemento específico e compatível com o seu caminhão. 

Mas como todos sabemos, justamente por ser um implemento utilizado para maximizar a capacidade de transporte do veículo, o uso das carretas de quatro eixos exige algumas precauções e boas práticas, desde a implementação da carreta até a condução nas estradas.

Afinal, o excesso de carga interfere diretamente no comportamento dinâmico do veículo, afetando também a previsibilidade e dirigibilidade do modelo na estrada. Outro erro crítico é a má distribuição da carga, o que prejudica a estabilidade do veículo e, além de gerar um desgaste acentuado e desproporcional em parte das peças, também eleva o risco da operação. 

Quais os riscos de utilizar esse implemento nas estradas?

Em nossa visão, o primeiro risco é operar na ilegalidade. No Brasil, atualmente, o que vale é a Resolução CONTRAN 882 de 2021, oficializada pelo Ministério da Infraestrutura. No documento, o CONTRAN autoriza a utilização das carretas de quatro eixos, com três limites máximos: 74 toneladas de peso total, e um reboque entre 25 e 30 metros.

O segundo risco é operacional. Apesar de ser criada para facilitar o transporte de cargas super-pesadas, as carretas quatro eixos são consideravelmente mais difíceis de manobrar. Como se não bastasse isso, o maior peso operacional também eleva o perigo de rodar com o veículo, sobretudo por trechos estreitos, sinuosos e com elevado risco de acidentes. 

Já o terceiro risco é a inconveniência, que também é um prejuízo operacional. Afinal de contas, não são todas as regiões e trechos que permitem a circulação de veículos tão pesados, seja por questões de segurança infraestrutural ou até mesmo de preservação ambiental. Ou seja, a roteirização estratégica é fundamental antes de despachar uma rota para esse veículo. 

Por fim, mas também importante, há o risco econômico. Por um lado, operar com carretas de quatro eixos pode fazer com que uma operação de transporte só utilize um veículo, em vez de dois ou mais. Isso, a um primeiro momento, pode resultar em uma economia substancial, principalmente quando consideramos fatores como tempo e economia de combustível. 

Mas isso nem sempre é o caso, e justamente por ser tão pesada, o consumo da carreta quatro eixos é muito elevado. Como se não bastasse isso, o excesso de carga também acelera o desgaste dos componentes em praticamente todos os sistemas, potencialmente, elevando os custos com revisões, manutenções e procedimentos corretivos no curto, médio e longo prazo. 

Quando vale a pena utilizar uma carreta quarto eixo?

Agora que você conhece os riscos e desvantagens, é momento de conhecer os destaques da carreta quarto eixo. Da forma como percebemos, o que define se esse implemento é ou não ideal para a sua operação é justamente o planejamento e análise realizado pelo gestor antes de realizar essa rota, considerando trajetos, custos, fatores e comparações.

Isso dito, a primeira vantagem e cenário de uso da carreta quatro eixo é justamente a sua funcionalidade principal, que é a maior capacidade de carga. Muitas vezes, por mais que esse tipo de rodagem implique um desgaste maior do veículo, é possível que algumas operações façam essa decisão ser economicamente mais viável.

Outro fator interessante é a estabilidade, ainda que muito raramente esse seja o argumento principal pela escolha da carreta quatro eixos. Justamente por deslocar tanto peso, essas carretas são mais “presas ao chão”, transmitindo uma sensação de estabilidade. No entanto, a depender da distribuição da carga, essa percepção desaparece durante as curvas.

Por último e mais importante, a vantagem que é o principal atrativo da carreta quarto eixo, que é justamente o menor número de viagens. Totalmente carregada, um caminhão com esse implemente pode rodar com 74 toneladas. A depender da operação, isso pode significar um ganho gigantesco em economia de combustível e produtividade.

Como pôde ver, o uso da carreta quarto eixo deve ser decidido de forma estratégica, avaliando, principalmente, se haverá um ganho substancial em eficiência, produtividade e economia na opção por esse implemento no lugar de um número maior de caminhões realizando a mesma rota.

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